Parece simples, por vezes o que vemos é apenas um copo de uso único. Um copo para beber água, café, chá e “descartar”. No entanto, o que estamos construindo em parceria com nossa sociedade é uma mudança da matriz dos recursos que utilizamos.

Outro dia lemos em uma bela imagem na internet: “a solidariedade é um recurso renovável”. Vejamos, esta frase representa bastante do que pretendemos construir a partir de nossas relações, pois sabemos que os recursos são as fontes em que buscamos elementos para viver, e essas fontes devem ser consideradas em suas riquezas e também em sua finitude.

Essa é a questão que move boa parte da comunidade política, técnica e científica da contemporaneidade: a finitude do que precisamos para a vida.

Em tempos outros, a finitude da vida nos moveu como sociedade. A partir do entendimento da finitude da vida nos diferenciamos de outras espécies, como espécie buscamos ampliar ao máximo nosso tempo na terra, a ponto de não necessariamente vivermos o que queremos, o que desejamos em sua plenitude, para viver por mais tempo. Sim, outras espécies fazem também isso de formas diferentes, hibernam, por exemplo. Mas a escala com que fazemos isso nos torna seres ligados à pensar em nosso futuro o tempo todo.

Pensar o nosso futuro, este pensamento prospectivo, é uma característica das sociedades atuais. Nos organizamos em cada etapa da vida nos preparando para as próximas. A escola é um grande exemplo de instituição que nos ensina o conteúdo e linguagens para vivermos em sociedade, e também nos ensina a nos preparar técnica e cognitivamente para o que virá.

Assim, nossas relações vão se alterando e passamos a nos concentrar neste porvir, portanto, não na finitude da vida, mas na finitude daquilo que precisamos para manutenção e ampliação do nosso tempo em vida.

Então, estamos aqui para dizer que nosso papel é considerar tecnologias que apresentem produtos que nos permitam vislumbrar longevidade. A matriz de recursos, neste sentido, importa. Considerar recursos renováveis, fazer uso de plantas para novos produtos é uma forma de viver e agir que busca apoiar nossas demandas atuais, e que expõe o cuidado que devemos ter com a finitude dos recursos.

Obviamente que não podemos perder de vista um mundo em que cosmovisões diferentes, com vida mais lenta e menos dedicada à produção e consumo se colocam como horizonte. Mas, enquanto o desafio é de considerar a inserção digna de todos aos direitos sociais, permanecemos com nosso horizonte na construção conjunta de uma sociedade e de país com acesso às tecnologias sociais, à soluções sustentáveis e com foco em fontes renováveis.

Vamos juntos?